SÃO FRANCISCO - O Google pediu nesta terça-feira ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos autorização para publicar o número total de solicitações de informação de segurança nacional feitas pelo governo. A companhia alega que os números provariam que a empresa não concedeu acesso irrestrito às autoridades americanas dos dados de seus usuários. O pedido foi feito através de uma carta enviada ao procurador-geral Eric Holder e ao diretor do FBI, Robert Mueller, e reproduzida no blog do site.
Desde que os jornais “Washington Post” e “The Guardian” passaram a publicar matérias sobre um programa de coleta de dados da Agência de Segurança Nacional dos EUA na semana passada, o Google tem sido questionado sobre sua credibilidade. Com o pedido feito nesta terça-feira, a empresa pretende esclarecer o ocorrido, e “mostrar que respeita seus usuários”. Em um dos trechos da carta assinada pelo diretor jurídico do Google, David Drummond, há a citação de que todas as notícias publicadas até então não são verdadeiras.
“As afirmações na imprensa de que o governo americano tem livre acesso aos dados dos nossos usuários são falsas”, escreveu.
As denúncias divulgadas tratam de um mega esquema de espionagem da agência para obter registros telefônicos e informações de correios eletrônicos. O governo americano afirma que o programa não infringe a lei e que o Congresso estava ciente de todos os passos. A polêmica, no entanto, levantou temores também de que o serviço de inteligência dos EUA estivesse compartilhando informações sigilosas de cidadãos de outros países com outros governos.
"Os números do Google mostram claramente que o cumprimento desses pedidos está muito aquém das reivindicações que estão sendo feitas", afirmou Drummond em outro trecho da carta. "O Google não tem nada a esconder."
Segundo o diretor da inteligência nacional do governo Obama, James Clapper, o Prism (nome do programa de vigilância), foi aprovado por um juiz e está sendo conduzido de acordo com as leis dos EUA. Apesar de reconhecer a existência do monitoramento, Clapper insistiu que a “fiscalização” é mais limitada do que as descritas nas reportagens.
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